O Instituto Brasileiro de Direito Urbanístico, por meio do eixo “Apoio às Marielles” do planejamento anual de 2020, objetiva ampliar as narrativas e olhares sobre os territórios, valorizando seus sentidos para as mulheres negras e indígenas de nossas cidades.
A luta pela democratização do acesso à terra, pelo direito à moradia digna e pelo direito à cidade sustentável no Brasil é estruturalmente antirracista. Porém, essa condição foi ignorada historicamente pela branquitude, seja na produção de conhecimento, seja na formulação da legislação e de políticas públicas, de tal forma que o Direito Urbanístico e a Política Urbana devem ser repensados a partir da interseccionalidade entre classe, raça e gênero.
Como uma das formas de o Instituto somar-se às lutas antirracistas, notadamente um movimento civilizatório liderado pelas mulheres negras e indígenas, nasce a primeira coluna do IBDU. É um espaço em construção que propõe articular pensadoras, coletivas, movimentos e organizações que buscam combater as opressões de raça e gênero como estratégia de reinvenção da democracia. Queremos potencializar o aprendizado com e entre as mulheres, historicamente invisibilizadas e silenciadas, detentoras da experiência, das práticas e saberes de cuidado com a reprodução da vida, que articulam ancestralidade e modernidade como nenhum outro grupo social.
A coluna foi gerida de dentro para fora, passo a passo de um processo de reflexão, alianças, aprendizados e conquistas institucionais. A semente foi proposta e idealizada pela primeira conselheira negra do IBDU, Jessica Tavares, em uma reunião do Conselho de Gestão em junho de 2020. Ideia incentivada, abraçada e regada pela também conselheira e integrante do coletivo fundador do Instituto, Patricia de Menezes. Juntas, colocamos no papel o desejo compartilhado por esse espaço, que foi acolhido e apoiado institucionalmente pela Coordenadora Executiva do IBDU, Helena Marques, pela Vice-Diretora Geral, Fernanda Costa, e pela Diretora Geral, Betânia Alfonsin. A partir desse acolhimento, a curadoria da coluna passou a contar com a participação de direção executiva na equipe e a compor o novo projeto de captação para o fortalecimento e “escurecimento” do IBDU. Paralelamente, no segundo semestre de 2020 fizemos um mapeamento junto à rede de associadas e associados do Instituto para indicações de pensadoras, grupos de estudo e pesquisa, coletivos, movimentos sociais e organizações para contribuir com o projeto, momento em que identificamos referências em todas as regiões do país. Em maio de 2021, conquistamos o apoio da Fundação OAK, que viabilizará o pagamento de bolsas para as colunistas e a publicação de um livro digital. No início do segundo semestre deste ano, convidamos as mulheres indicadas a colaborar com o projeto. Em diálogo com as colaboradoras que atenderam ao convite, aperfeiçoamos a abordagem da coluna – que foi além das mulheres negras – e definimos a contratação exclusiva de mulheres negras ou indígenas para a prestação de serviços.
Nesse primeiro ciclo de vida da coluna Mulheres Tecendo Democracias e Territórios do IBDU, celebramos e anunciamos a parceria com 16 colunistas para ocupar o espaço das nossas mídias sociais mensalmente entre outubro de 2021 e maio de 2022, como uma porta aberta para trocas e anunciações que contribuam para a reinvenção de futuros.
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O IBDU é uma associação civil com atuação nacional que reúne profissionais, pesquisadores e estudantes para discutir, pesquisar e divulgar informações sobre o Direito Urbanístico.
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