Há algumas semanas, a temática do direito à moradia caiu no debate público em decorrência da tragédia do desabamento do prédio no Largo do Paissandu, em São Paulo. Entretanto, aquele era apenas um dos muitos imóveis ocupados precariamente na capital paulista e nas demais grandes cidades do país
E não podemos deixar que a discussão perca o fôlego! Direito à moradia é um Direito Humano reconhecido pela ONU (Organização das Nações Unidas) desde 1948, a partir da Declaração Universal dos Direitos Humanos. Setenta anos depois, milhões de brasileiros ainda sofrem com habitações de risco ou estão nas ruas.
Para manter o debate vivo, o IBDU preparou uma lista bem bacana com oito produções audiovisuais para se aprofundar no tema. Checa aí!
- Era o Hotel Cambridge (2016), de Eliane Caffé
Esse filme conta a inusitada trajetória de um grupo de refugiados que divide com os sem-teto uma ocupação no centro de São Paulo. Na tensão diária pela ameaça de despejo, revelam-se pequenos dramas, alegrias e diferentes visões de mundo dos ocupantes.
Disponível no Telecine Play.
- Atrás da Porta (2010), de Vladimir Seixas
A experiência de arrombar prédios e criar novos espaços de moradia das famílias sem-teto do Rio de Janeiro em um documentário que mostra uma série de despejos forçados pelo Estado.
Disponível no canal de Youtube do Gume Filmes.
- Leva (2012), de Luiza Marques
No coração de São Paulo pulsa o maior movimento de luta por moradia da América Latina. Famílias desabrigadas ocupam o edifício Mauá, um dentre muitos ocupados no centro da cidade., O documentário LEVA acompanha a vida de moradores da ocupação e revela a organização de siglas que se unem numa organização para transformar os espaços abandonados em habitáveis. A estruturação do edifício pelos movimentos de luta de moradia irá refletir na reorganização e redescoberta das pessoas como indivíduos através do coletivo.
Você pode assistir ao filme aqui.
- Por um sonho urbano (2014), de Edye Wilson e Gisele Gonçalves
Por um sonho urbano conta a história das mais de vinte famílias que moram na Ocupação Saraí, um prédio abandonado no Centro de Porto Alegre, entre as ruas Caldas Júnior e Mauá. O documentário também retrata o dia a dia dos moradores, as suas atividades de rotina, o funcionamento do coletivo e as ações de luta pelo direito de morar à luz do movimento nacional de luta pela moradia.
Disponível aqui.
- À margem do concreto (2005), de Evaldo Mocarzel
À Margem do Concreto é um documentário sobre os Sem-Teto e os movimentos de moradia na cidade de São Paulo. O filme acompanha a atuação de várias lideranças que promovem atos de ocupação na região central de São Paulo e que estão fazendo justiça social com as próprias mãos, conquistando a tão sonhada moradia para uma população miserável que não suporta mais viver em albergues e cortiços. À Margem do Concreto é o segundo documentário de uma tetralogia sobre São Paulo iniciada com À Margem da Imagem, sobre moradores de rua.
Você pode assistir ao filme neste link.
- Torre de Babel (2007), de Felipe Seffrin e Dirceu Neto
O documentário Torre de Babel apresenta a história do Edifício Prestes Maia, em São Paulo, que por cinco anos ficou conhecido como a maior ocupação vertical da América Latina. O vídeo é centrado em depoimentos dos sem-teto ainda no edifício, que revelam suas trajetórias, sonhos, medos e a experiência de morar em um prédio de 22 andares em condições precárias, com quase dois mil moradores. São na maioria pessoas que foram a São Paulo em busca de uma vida nova e sequer conseguiram uma casa para morar. Fazendo referência à passagem bíblica de Babel, o documentário também acompanha alguns personagens após o despejo, quando cada um seguiu o seu destino.
Para assistir, clique aqui.
- Artigo 6º – Não Queremos Virar Estatística (2017), Coletivo Na Ladeira em parceria com Coletivo Pitoresco
As ruínas do complexo ocupado estão localizadas no coração da comunidade da Mangueira (RJ), conhecida internacionalmente pela sua tradição no samba. A rotina dos habitantes é a explícita denúncia do descaso das autoridades, principalmente quando em contraste com os recursos públicos empenhados no Maracanã, tão perto e tão longe. Os investimentos erraram de endereço por apenas 15 minutos de caminhada, ou será que esqueceram das prioridades?
Disponível neste link.
- É o que eu vejo, é o que eu sinto (2017), de Peabiru Assessoria Técnica
Três localidades e situações urbanas são apresentadas. Moradores, técnicos, lutadores revelam histórias de vida e de moradia, violações de direitos, ameaças de remoção e precariedades (muitas vezes não reconhecidas como tal) e trilham caminhos de resistência.
Disponível em: https://vimeo.com/227310814.